segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Qual e como será visto o Brasil na COP 26


 Conferência das ONU sobre mudanças climáticas

Por Nilo Sergio S. Gomes*

O Brasil se aproxima das eleições de 2022 e há bem mais indefinições do que certezas. Apesar das pesquisas indicarem dados que permitem construir cenários mais definidos, as incertezas estão bem presentes também. A começar pela indagação se o país conseguirá chegar íntegro até lá, sem convulsões ou arroubos que transtornem e interfiram nos cenários até aqui possíveis de se desenhar. 

Uma pergunta inquietante é: qual Brasil chegará até à COP 26, antes, portanto, das próximas eleições, em 2022? 

A princípio se tem como certo que não haverá golpes ou impedimentos do processo democrático, tão penosamente conquistado após décadas de uma ditadura militar que instaurou o terror e lacrou as urnas. Mas, após um período de pleno exercício da democracia, o país mergulhou no obscurantismo que marca os últimos anos e que poderá ter fim com a volta às urnas, caso não se eleja, novamente, uma liderança que, na prática, se caracteriza por negar a ciência e seus incontáveis benefícios à humanidade, especialmente, às populações mais pobres. 


Amazônia

No Brasil a área de meio ambiente ganhou mais relevância em meados dos anos de 1990, tendo mudado de nome algumas vezes, mas retornando à denominação de Ministério do Meio Ambiente em 1999, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Hoje suas atribuições estão diluídas, o mesmo ocorrendo com suas responsabilidades, visto as queimadas na Amazônia, recentemente, e o aumento explosivo das favelas nas grandes cidades, para onde vão milhares de pessoas em busca de emprego e de melhores condições de vida. 

A Amazônia é considerada, mundialmente, como um santuário da flora e da fauna brasileiras, mesmo sofrendo a ação dilapidadora do garimpo ilegal e do extermínio de sua gente, especialmente os povos primitivos, reconhecidos como indígenas de diferentes etnias e origens. 

As favelas, por sua vez, abrigam milhares de trabalhadores, desde aqueles com carteira assinada e que atuam na chamada economia formal, aos que estão na informalidade, prestando serviços de todo o tipo e sem qualquer garantia de direitos, como 13º salário, Previdência Social, aposentadoria e férias. 

Mas qual Brasil estará na COP 26? Será o Brasil das chamadas “Fake News”, em que o país é apresentado como modelo exemplar de atenção com o meio ambiente, ou o Brasil verdadeiro, incapaz de cuidar de sua gente e de preservar suas riquezas naturais, em especial, a Floresta Amazônica? 

Joguem suas fichas, pois o jogo já está sendo jogado. 

* Jornalista, professor e pesquisador


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