500 mil brasileiros e brasileiras foram colocados sob suspeição.
Mais de 150 mil foram investigados.
20 mil foram torturados entre estes 95 crianças e adolescentes
Mais de 19 crianças foram sequestradas e adotadas ilegalmente por militares.
7.670 membros das Forças Armadas e bombeiros presos, muitos torturados e expulsos das corporações.
4.862 parlamentares foram cassados.
245 estudantes expulsos das Universidades pelo Decreto 477.
O Congresso Nacional foi fechado por 3 vezes.
Estima-se que mais de 20 mil brasileiros e brasileiras, incluindo indígenas e camponeses, tenham sido exterminados.
434 mortos/desaparecidos até hoje foram reconhecidos pela Comissão Nacional da Verdade.
Houve 536 intervenções em sindicatos.
As entidades estudantis como UNE, UBES e AMES foram colocadas na ilegalidade.
Violaram correspondências de todo tipo assim como contas bancárias, colocaram grampos telefônicos.
Como hoje pregaram o ódio e incentivaram a delação entre familiares.
Os atores do golpe de 64 de 2016 foram os mesmos: Estados Unidos, os empresários, a mídia, os militares e o Judiciário. O que mudou foi a ênfase nas diferentes atuações.
Em 64, o Judiciário foi coadjuvante, enquanto em 2016, foi protagonista assim como as elites militares remanescentes de 64 foram protagonistas nas sombras da conspiração junto com os interesses geopolíticos dos Estados Unidos contra os BRICS e o Mercosul que tinham potencial para reorganizar o poder internacional e também porque estavam de olho no pré sal e nas nossas estatais muito lucrativas dentre outras riquezas do nosso país.
O envolvimento dos Centros de Informação no Exterior - Ciex ou da DSI/MRE em graves violações aos direitos humanos de brasileiros no exterior. Para isso houve colaboração do governo britânico.
Restrições à concessão de passaportes e à prática de outros atos de natureza consular.
A montagem de casas de tortura e navios porões para servir à pratica de todos os tipos de horrores que seres ditos humanos podem causar a outros fossem homens mulheres, crianças ou adolescentes.
A atuação da ditadura brasileira nos foros internacionais através de conexões internacionais com envolvimento brasileiro na coordenação repressiva internacional anterior à Operação Condor.
A aliança repressiva no Cone Sul e a Operação Condor que trouxe como resultado a implantação das ditaduras do Chile, da Argentina e Uruguai com milhares e milhares de vítimas através dos mecanismos de coordenação repressiva na América Latina.
Nos anos da ditadura o Brasil cresceu às custas da dívida externa, houve concentração de renda, a disparidade entre ricos e pobres aumentou assim como entre regiões também. Os dados têm levantado a grande corrupção que aconteceu nos governos militares do Brasil, aliás como é comum em regimes ditatoriais.
A falta de uma JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO no Brasil que retirasse todo o entulho da Ditadura tais como a Lei de Segurança Nacional que está sendo reutilizada agora pelo governo contra seus opositores; a punição de todos que violaram barbaramente os direitos humanos com tortura e assassinato bem como todos seus os mandantes, permitiu que depois da abertura se reorganizassem já que nunca aceitaram a redemocratização. Começaram a trabalhar para uma estratégia de longo prazo. O general Vilas Boas cria o Escritório de Projetos que vai ser o celeiro onde se desenvolverá a nova estratégia com um prazo de 35 anos. Em seguida começa a aparecer militares parlamentares; em 2009, os oficiais vão fazer na FGV e na universidade Castelo Branco cursos de administração.
Em 2008 foi criado o SISFRON. “Para o Exército, o SISFRON deverá, além de incrementar a capacidade de monitorar as áreas de fronteira, assegurar o fluxo contínuo e seguro de dados entre diversos escalões da Força Terrestre. Deverá, também, produzir informações confiáveis e oportunas para a tomada de decisões, bem como, apoiar prontamente em ações de defesa ou contra delitos transfronteiriços e ambientais, em cumprimento aos dispositivos constitucionais e legais que regem o assunto. As operações podem ser isoladas, em conjunto com as outras Forças Armadas ou, ainda, em ambiente interagências, com outros órgãos governamentais”.
Criaram várias agencias que se apoiam no judiciário e Ministério Público.
Quero chamar a atenção para o fato de que duas semanas após a posse de Dilma ao segundo mandato, Bolsonaro via a Academia Militar das Agulhas Negras e, em discurso aos cadetes declara que é candidato à Presidência da República. Ele só poderia fazer isso com autorização do alto comando.
Hoje não se encontra militares nacionalistas como havia antes. Tornaram-se neoliberais. Os integrantes deste grupo dizem que não precisam mais de tanques pois administram o orçamento e o país. Há mais de 17 mil militares no governo atual.
Já o vice-presidente Morão ´dos paraquedistas que criaram as Forças Especiais. Vem de um núcleo aguerrido de direita e fundador do GSI que na realidade é o fortalecimento do Serviço Nacional de Informação - SNI da Ditadura. Ele faz constantemente declarações da direita e queria vender toda a Amazônia. Já homenageou por duas vezes o maior torturador da Ditadura, o Coronel Ustra. Em 2018 em palestra numa Loja Maçônica disse: “Por que não derrubamos logo isso? ” Referia-se ao governo.
Hoje estamos todos fazendo avaliações se vai haver um golpe ou não. Isso não faz parte das preocupações de um pais democrático de direito com instituições fortes. As raízes desta situação estão na impunidade dos violadores de direitos, na não retirada dos entulhos da ditadura das nossas legislações, na brutalidade da Policia Militar sempre em defesa da violência.
LEMBRAR PARA NÃO REPETIR
DITADURA NUNCA MAIS!!!
Difícil comentar as impressões que causam a leitura de um texto tão conciso, que a cada parágrafo nos soca com números ou observações que por si só nos instigam a querer... uma reação. Termos claros os números em cima dos quais o Golpe de 64 se construiu é imperativo. Justamente por não termos feito justiça a eles, numa transição que teve o objetivo de inimputar os covardes. Até porque é essa falta de pingos nos "ii" que permite que tenhamos hoje essa situação em que o aparelhamento do governo por parte dos militares associados aos interesses liberais se dê dentro dessa absurda "normalidade". Muito obrigado, Sandra Mayrink Veiga!
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