sexta-feira, 9 de abril de 2021

O Balanço de um Desastre

 


A pandemia causada pelo novo coronavirus no Brasil, iniciada há 12 meses atrás, em março de 2020, já matou mais de 280 mil pessoas. Podemos fazer um rápido balanço da caminhada trágica que fizemos até aqui nesse último ano.

No início da pandemia, em um cenário distante das vacinas atualmente disponíveis, poderíamos ter olhado experiências exitosas mundo afora, que salvaram milhares de vidas, tais como:

1-        Criação de uma coordenação nacional para enfrentamento da pandemia;

2-        Apoio governamental às camadas mais frágeis do tecido social e determinados setores da economia como pequenos comerciantes;

3-        Testagem em massa para rastreio da doença;

4-        Monitoramento dos casos confirmados e suspeitos;

5-        Ampliação da rede hospitalar para tratamento de Covid19;

6-        Incentivo a população para o uso de mascaras e álcool gel;

7-        Em casos extremos ferramentas como a restrição drástica da circulação de pessoas.

O Brasil historicamente tem expertise em planos nacionais de imunização e conta com uma rede capilarizada para efetivação de estratégias atomizadas de vacinação em larga escala. O SUS conta com 44 mil equipes de saúde em mais de 5570 municípios Brasil afora, assim caberia ao Ministério da Saúde a compra das vacinas, definição de um cronograma, haja vista que a rede de saúde para executar a vacinação já está dada, pronta para tal ação. Vale lembrar que recentemente o SUS vacinou 100 milhões de brasileiros em 3 meses apenas contra a H1N1. Em casos de pandemia deve ser feito um esforço de guerra para enfrentamento desse inimigo invisível. Mas o que foi feito desde março de 2020 no Brasil?

Em nome de uma ideologia nada racional e apoiada uma visão deformada da realidade política e social o governo federal não fez compra de testes suficientes (o Brasil foi um dos países que menos testou no mundo), faz jogo de empurra no combate a Covid dizendo que a responsabilidades era de prefeitos e governadores, sabotou medidas de uso de máscaras, de restrição da circulação de pessoas, fez o papel de um verdadeiro mercador da morte vendendo a ilusão sobre um milagroso spray e até o incentivo ao uso de remédio sem qualquer eficácia para combate ao novo coronavírus, como Cloroquina e Ivermectina.

Temos hoje 280 mil mortos, chegaremos a 300 mil mortes em questão de dias e com isso o Brasil se tornou um cemitério a céu aberto, uma enorme cova, com os sobreviventes da desastrada condução da pandemia vendo seus empregos e rendas virarem pó. Jair Bolsonaro não é só um péssimo presidente, é um também um bárbaro genocida. Esperamos assim que além da contagem de nossos mortos, muitos deles familiares e amigos, não apenas a história julgue o Governo Bolsonaro, mas também tribunais nacionais e internacionais.

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